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Bruce McLaren: talento da tecnologia e da pilotagem que serviu de modelo para a própria escuderia |
Com
o rosto jovial e sonhador de um estudante secundarista, ligeiramente manco,
resultado de uma doença que o deixou com a perna esquerda mais curta que a
direita desde a infância, o neo-zelandês Bruce McLaren foi um fenômeno do
design, da engenharia e do esporte.
Melhor que ninguém, ele simbolizou ao mesmo tempo o arrojo tecnológico e a coragem humana. Competiu pela primeira vez aos 14 anos de idade com um carro restaurado na oficina de seu pai, em Auckland. Aos 16, estava a bordo de um Fórmula 2, que ajudou a melhorar com seu talento para a mecânica de competição. Levado à Fórmula 1 pelo compatriota Jack Brabham em 1959, aos 22 anos tornou-se o mais jovem piloto a vencer uma prova da categoria, no Grande Prêmio dos Estados Unidos.
Em dois anos, tinha sua própria escuderia, a Bruce McLaren Motor Racing, e em outros três anos fabricava seus próprios carros. A equipe McLaren venceu cinco corridas em 1967 e quatro em 1968, num tempo em que havia somente seis provas por ano. Em 1969, a equipe McLaren ganhou todas as 11 provas da temporada.
Meteórico como sua carreira, Bruce McLaren morreu no auge, no dia 2 de junho de 1970, quando testava pessoalmente o modelo M8D, depois de escapar de traseira em uma curva, no autódromo de Goodwood, na Inglaterra. Tinha 33 anos de idade. Certa vez, escrevera sobre a morte de um colega (o piloto Timmy Mayer, acidentado numa prova na Tasmânia) palavras que poderiam ser também seu epitáfio: “A notícia de sua morte foi terrível, mas quem disse que ele não viu mais, fez mais e aprendeu mais em poucos anos que outras pessoas durante uma longa existência?”
Assim começou a história da equipe McLaren, a segunda mais vitoriosa da Fórmula 1, atrás somente da Ferrari. Comprada na década de 1980 pelo ex-mecânico Ron Dennis e o investidor árabe Mansour Ojjeh, dono da Techniques D’Avant Guarde(TAG), a equipe conquistou 11 títulos da competição máxima do automobilismo, com mais de 150 vitórias em seiscentas corridas, impulsionada por nomes que incluem Emerson Fittipaldi e Ayrton Senna - outra lenda meteórica das pistas, campeão mundial três vezes e piloto com mais vitórias pela escuderia (35).
Foi no mito construído em torno da McLaren, mais jovem que o da Ferrari, mas de grande força, que a Mercedes buscou a fonte para produzir carros de rua como o Mercedes-Benz SLR McLaren, seu esforço de fazer o melhor carro esportivo do mundo, no mínimo comparável aos bólidos da Casa de Maranello. Nas pistas, a McLaren trocou suas cores originais (branco e vermelho) pelo cinza prateado da Mercedes e, depois de certo período de ajustes, voltou ao mais alto nível da Fórmula 1. A Mercedes, por seu turno, ganhou um vasto laboratório de testes, a possibilidade de mergulhar novamente dentro do automobilismo de ponta e transformar essa experiência em carros melhores para as ruas.
Melhor que ninguém, ele simbolizou ao mesmo tempo o arrojo tecnológico e a coragem humana. Competiu pela primeira vez aos 14 anos de idade com um carro restaurado na oficina de seu pai, em Auckland. Aos 16, estava a bordo de um Fórmula 2, que ajudou a melhorar com seu talento para a mecânica de competição. Levado à Fórmula 1 pelo compatriota Jack Brabham em 1959, aos 22 anos tornou-se o mais jovem piloto a vencer uma prova da categoria, no Grande Prêmio dos Estados Unidos.
Em dois anos, tinha sua própria escuderia, a Bruce McLaren Motor Racing, e em outros três anos fabricava seus próprios carros. A equipe McLaren venceu cinco corridas em 1967 e quatro em 1968, num tempo em que havia somente seis provas por ano. Em 1969, a equipe McLaren ganhou todas as 11 provas da temporada.
Meteórico como sua carreira, Bruce McLaren morreu no auge, no dia 2 de junho de 1970, quando testava pessoalmente o modelo M8D, depois de escapar de traseira em uma curva, no autódromo de Goodwood, na Inglaterra. Tinha 33 anos de idade. Certa vez, escrevera sobre a morte de um colega (o piloto Timmy Mayer, acidentado numa prova na Tasmânia) palavras que poderiam ser também seu epitáfio: “A notícia de sua morte foi terrível, mas quem disse que ele não viu mais, fez mais e aprendeu mais em poucos anos que outras pessoas durante uma longa existência?”
Assim começou a história da equipe McLaren, a segunda mais vitoriosa da Fórmula 1, atrás somente da Ferrari. Comprada na década de 1980 pelo ex-mecânico Ron Dennis e o investidor árabe Mansour Ojjeh, dono da Techniques D’Avant Guarde(TAG), a equipe conquistou 11 títulos da competição máxima do automobilismo, com mais de 150 vitórias em seiscentas corridas, impulsionada por nomes que incluem Emerson Fittipaldi e Ayrton Senna - outra lenda meteórica das pistas, campeão mundial três vezes e piloto com mais vitórias pela escuderia (35).
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Senna: maior vitorioso numa escuderia onde só cresceu a lenda |
Foi no mito construído em torno da McLaren, mais jovem que o da Ferrari, mas de grande força, que a Mercedes buscou a fonte para produzir carros de rua como o Mercedes-Benz SLR McLaren, seu esforço de fazer o melhor carro esportivo do mundo, no mínimo comparável aos bólidos da Casa de Maranello. Nas pistas, a McLaren trocou suas cores originais (branco e vermelho) pelo cinza prateado da Mercedes e, depois de certo período de ajustes, voltou ao mais alto nível da Fórmula 1. A Mercedes, por seu turno, ganhou um vasto laboratório de testes, a possibilidade de mergulhar novamente dentro do automobilismo de ponta e transformar essa experiência em carros melhores para as ruas.
A
dissociação das duas marcas começou com a decisão da Mercedes de possuir uma
escuderia própria, talvez incluenciada também pelo escândalo de espionagem que
desmoralizou a escuderia, levada a uma surra esportiva e moral no ano de 2007.
Acusada de copiar o carro da Ferrari, e mais, de receber informações do chefe
de mecânicos da escuderia italiana, Nigel Stepney, a McLaren perdeu não apenas
todos os pontos no campeonato de construtores como, na última prova, e por
apenas um ponto, o campeonato de pilotos.
A mancha permaneceu sobre os envolvidos, a começar pelo pelo chefe da equipe, Ron Dennis, que na época disse não estar sabendo de nada (mentiroso ou ingênuo?), e o ex-campeão Fernando Alonso, que dedurou a própria equipe por motivo torpe (salvar-se de uma punição). Resvalou em Lewis Hamilton, então um jovem estreante, que cometeu todos os erros possíveis para morrer na praia de um campeonato que era virtualmente seu.
Nigel Stepney, que procurava vingar-se da Ferrari, frustrado por não ter sido promovido, foi banido das pistas - o único indivíduo efetivamente punido. A Mclaren este ano amarga as últimas colocações, na tentativa de reconstrução, numa parceria com a Honda, que no passado já lhe deu glórias, mas por enquanto torna a participação da velha legenda tão embaraçosa nas pistas quanto seus escândalos recentes.
A mancha permaneceu sobre os envolvidos, a começar pelo pelo chefe da equipe, Ron Dennis, que na época disse não estar sabendo de nada (mentiroso ou ingênuo?), e o ex-campeão Fernando Alonso, que dedurou a própria equipe por motivo torpe (salvar-se de uma punição). Resvalou em Lewis Hamilton, então um jovem estreante, que cometeu todos os erros possíveis para morrer na praia de um campeonato que era virtualmente seu.
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A McLaren em 2015: desastre nas pistas na tentativa de reeditar a parceria com a Honda |
Nigel Stepney, que procurava vingar-se da Ferrari, frustrado por não ter sido promovido, foi banido das pistas - o único indivíduo efetivamente punido. A Mclaren este ano amarga as últimas colocações, na tentativa de reconstrução, numa parceria com a Honda, que no passado já lhe deu glórias, mas por enquanto torna a participação da velha legenda tão embaraçosa nas pistas quanto seus escândalos recentes.
Porém,
sabemos que os mitos não morrem e podem ressurgir. A fonte de inspiração
continua lá, para provar que nem mesmo a morte, numa curva de Goodwood, pode
ser o fim.
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