segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Um belo desconhecido: o tinto da Peique, com a intrigante uva Mencía

Ao norte da Espanha, na província de Leon, o povoado de Vantuille de Abajo, com cerca de 200 habitantes,  fica entre uma muralha em ruínas (o Castro de La Ventosa) e o caminho mágico que leva a Santiago de Compostela. Uma região pedregosa e bela, na porção espanhola  entre a França e Portugal, dentro da pequena província conhecida como o Bierzo (o berço), derivado no nome original da antiga cidade fortificada pelos romanos, Bergidum Falvium. Ali, a família Peique dedicou-se a plantar a Mencía, uma uva autóctone, adaptada ao terreno inclinado, seco e sujeito ao clima tanto do Atlântico quanto do Mediterrâneo.

Na semana passada, como muita gente, parei um tanto cético diante da mesa de Peique na Enoteca Decanter, que promoveu uma degustação de uma dezena de vinícolas , entre chilenas, francesas e espanholas. Cético porque, também como muita gente, e a maioria dos céticos, não conhecia bem essa uva tão particular, nem o caráter da bodega, fiel à sua pouco conhecida uva e seu terroir. E a Peique surpreende com um vinho tão bom, mesmo fora dos esquadros da fama da vinicultura espanhola, concentrada nos célebres vinhedos da Rioja e suas célebres marcas, como Vega Sicilia.

Nem um cético absoluto deixaria de se encantar com os Peique à primeira prova. De forma geral, os Mencía da Peique são vinhos bem estruturados, equilibrados e ricos em aromas e sabores, que emanam  em profusão de cada taça. Melhor: a Mencía tem uma textura aveludada, o que faz de cada gole um verdadeiro deleite.

Num vinhedo pequeno, as uvas estão muito perto da bodega, o que garante maior frescor e qualidade do produto ainda antes da fermentação.Todos os vinhos de Peique são de uva Mencía, - variam somente em função da safra, dos anos da vinha e pequenos detalhes da produção. Pode-se ter certeza de beber um belo vinho mesmo das garrafas mais baratas, tanto quanto de que vale o preço das mais caras.

Os que experimentei:

Tinto Mencía Bierzo 2013. Tem todas as características da Mencía, ao preço mais em conta: 88 reais.

Ramón Valle Bierzo 2012. Um pouco mais pronto, buquê muito rico, eflúvios de cereja e outra frutas, um belo vinho a 118 reais.

Viñedos Viejos Bierzo 2010. Também Mencía, com a diferença de que é feito de uvas colhidas de vinhedos mais antigos, com 70 anos de idade - com raízes mais antigas, retira da terra mais sabores minerais. Fica 12 meses em barris, metade desse tempo em barris novos, outra metade em barris antigos. dessa combinação surge um grande vinho e a melhor relação entre custo e sabor do portfolio: custa 144 reais.

Selección Familiar Bierzo 2006. Vem dos vinhedos mais antigos, com 90 anos e mais teores minerais. Um grande vinho para acompanhar uma refeição mais pesada, como carne de caça. 318 reais.
Vinhedo da Peique no outono: solo seco e clima com
 influência do Atlântico e do Mediterrâneo

Luis Peique 2008. O top de linha da Peique, também dos vinhedos mais velhos, porém com um toque um pouco diferente do Selección: é fermentado em barricas de 500 litros com as uvas inteiras (sem romper). Pronunciado sabor de cereja, um grande vinho, que justificria o preço de 468 reais se os anteriores não fosse já quase tão bons quanto este a preços mais convidativos.

Grandes vinícolas, inclundo as europeis, se especializaram nos ultimos anos em investir em uvas como pinot noir, cabernet e outras, mais conhecidas. Utiliza-se cabernet sauvignon na Italia, assim como no Novo Mundo. A Peique, com sua uva tão particular, lembra como uma vinícola dedicada totalmente à uva autóctone pode ser original e alcançar o paladar universal. Ainda mais num lugar que, pelo próprio nome (Bierzo), parece bastar a si mesmo.

Onde encontrar: http://www.decanter.com.br/

terça-feira, 15 de setembro de 2015

A melhor amiga do homem

Acabo de ganhar de um amigo um grande livro, Cartas Extraordinárias, publicado no Brasil pela Cia das Letras, com excertos da correspondência pessoal de "pessoas notáveis". Um brilhante registro em texto e reproduções do momento íntimo de personagens históricos, entre políticos, cientistas e artistas, que mostra também o quanto a escrita está relacionada à personalidade - e ao nosso estilo.

Meisterstuck: pesa na mão e faz a escrita fluir suavemente
Mesmo nestes tempos digitais, em que usamos os dedos mais para deslizar sobre a tela transparente, escrever à mão é uma atividade essencial. Dizem os psicólogos que as crianças não podem deixar de exercitar a escrita manual, uma forma elementar de desenvolvimento da capacidade motora e cognitiva. E a escrita segue nos acompanhando pela vida, como um momento pessoal, em que a linguagem escrita e o desenho se misturam, de uma forma inconfundível de indivíduo para indivíduo. Nossa letra é uma outra forma de impressão digital. Por isso, é muito importante escolher uma boa companhia, capaz de nos ajudar na expressão.

Como escritor e jornalista, passei minha vida com uma caneta à mão. Tenho o hábito de levar um pequeno caderno a todo lugar onde vou. Ali rabisco pensamentos, desenhos, palavras, bilhetes, contas domésticas, tudo. Faço anotações para livros, poemas, lembretes. Coisas que escrevo só para mim mesmo.

Um caderno pessoal, quase um diário, é como estar em casa, em qualquer lugar. Uso nos aviões, porque não é aparelho eletrônico e portanto não precisa ser desligado na decolagem como tablets e celulares.

Carta de Elvis ao presidente, escrita no avião
Em suma, a caneta é a melhor amiga do homem. Uma companheira de todas as horas, que combina com a gente e deixe no papel algo que sintamos ser nosso. Algo com que a gente se identifica.

Minhas canetas preferidas são uma esferográfica Montblanc Meisterstuck ("masterpiece", ou obra de arte, em alemão). Pesa na mão, o que diminui o esforço e faz o traço de fluir suavemente. Porém, como a ganhei de presente de uma namorada quando tinha vinte anos, eu a uso mais em casa. Fica guardada numa gaveta de documentos, como uma relíquia.

Anotações de Charles Darwin
Para o dia a dia, uso mais as Parker Jotter, coloridas, e uma versão mais clássica, com o metal quadriculado num sutil relevo. A primeira delas, comprei numa farmácia há mais de vinte anos, em Nova York, onde decidi vagabundear por uns tempos, quando apenas sonhava me tornar um escritor. São elegantes, leves, como uma rápida pincelada, o que combina com meu jeito de escrever; sem serem caras ou ostentatórias possuem um design clássico, que remete aos anos 1960. Isto é, são da minha safra. E por fim: me acompanham há muito tempo. Ganharam a força do hábito.
As Parker Jotter e o caderninho Milquerius:
companheiros inseparáveis

Deixo uma sempre dentro do caderninho com capa de couro; prefiro o Milquerius, espanhol, flexível, resistente, que não solta as folhas. Tão bom quanto o Moleskine, usado por gente que vai de Dom Pedro II a Hemingway. Porém, mais barato.

Um homem não é um verdadeiro homem sem uma caneta. Olhe, pesquise, veja qual se identifica mais com você. Uma caneta, por mais cara que seja, nunca substitui as boas ideias. Mas ajuda a dar prazer ao ato de escrever, o que sempre azeita o cérebro e estimula a imaginação.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Por que amávamos Betty Lago


Existem atores que criam a chamada persona, um tipo que  repete sempre a si mesmo, porque é essecialmente a própria pessoa, algo indissociável. Assim era a atriz Betty Lago. Ela podia encarnar personagens diferentes, da madame à barraqueira, mas de certa forma fazia sempre a si mesma. Por isso, a amávamos - não pelos personagens que fazia, e sim pelo que ela era, sempre.

Mas por que a amávamos, mesmo?

Antes de mais nada, Betty era um modelo de elegância e refinamento. Não apenas por ter sido modelo, mas por gostar da moda, vir da moda, fazer moda. Com seus lenços no longo pescoço, era a imagem da mulher sofisticada, tanto na maneira de se vestir, de se portar, como de falar. Mesmo quando encarnava a mulher desbocada, era luxuosa, aberta, livre. Não há nada mais sexy que uma mulher elegante que se permite a pornografia. Betty podia falar de qualquer assunto, incluindo sexo, que saía com uma afetação cheia de graça. Como tudo.

Dela emanava uma superioridade aristocrática, que no entanto não era ofensiva, contrabalançada por uma maneira espirituosa de encarar a si mesma. Betty ironizava a imagem da "perua" ao mesmo tempo em que a assumia. E na realidade não era uma perua. Era, no sentido de criar arte, influenciar o comportamento, uma intelectual.

Betty Lago representou, em certa medida, a imagem da mulher inteligente, livre e perfeita, da melhor forma. Sua beleza não era a óbvia, grega, clássica. Tinha mais a ver com o charme e a construção do estilo. Betty tinha um nariz saliente, que para muitas mulheres seria candidato à cirurgia plástica, mas que ela conservou como uma marca diferente, individual, que trazia a mesma personalidade com que usava suas roupas.

Sim, Betty tinha beleza, classe, educação, fama, bom humor. Só não teve uma vida longa; ao morrer aos 60 anos de idade, em virtude de complicações de um câncer, deixa saudade e essa sensação de que o perfeito é muito passageiro, o belo é fugaz e tem de ser aproveitado enquanto dura.

Ficará como uma Greta Garbo brasileira, preservada pelas circunstâncias que a levaram tão cedo, impedindo-a de envelhecer - embora saibamos que, com seu imenso charme, Betty também saberia envelhecer muito bem.

Para lembrá-la, aqui vão algumas fotos aos leitores de O Homem Casual, capazes de tirar de qualquer um aquele secreto suspiro.











Maldição e glória de uma equipe chamada McLaren

Bruce McLaren: talento da tecnologia e da pilotagem que
serviu de modelo para a própria escuderia
Com o rosto jovial e sonhador de um estudante secundarista, ligeiramente manco, resultado de uma doença que o deixou com a perna esquerda mais curta que a direita desde a infância, o neo-zelandês Bruce McLaren foi um fenômeno do design, da engenharia e do esporte.

Melhor que ninguém, ele simbolizou ao mesmo tempo o arrojo tecnológico e a coragem humana. Competiu pela primeira vez aos 14 anos de idade com um carro restaurado na oficina de seu pai, em Auckland. Aos 16, estava a bordo de um Fórmula 2, que ajudou a melhorar com seu talento para a mecânica de competição. Levado à Fórmula 1 pelo compatriota Jack Brabham em 1959, aos 22 anos tornou-se o mais jovem piloto a vencer uma prova da categoria, no Grande Prêmio dos Estados Unidos.

Em dois anos, tinha sua própria escuderia, a Bruce McLaren Motor Racing, e em outros três anos fabricava seus próprios carros. A equipe McLaren venceu cinco corridas em 1967 e quatro em 1968, num tempo em que havia somente seis provas por ano. Em 1969, a equipe McLaren ganhou todas as 11 provas da temporada.

Meteórico como sua carreira, Bruce McLaren morreu no auge, no dia 2 de junho de 1970, quando testava pessoalmente o modelo M8D, depois de escapar de traseira em uma curva, no autódromo de Goodwood, na Inglaterra. Tinha 33 anos de idade. Certa vez, escrevera sobre a morte de um colega (o piloto Timmy Mayer, acidentado numa prova na Tasmânia) palavras que poderiam ser também seu epitáfio: “A notícia de sua morte foi terrível, mas quem disse que ele não viu mais, fez mais e aprendeu mais em poucos anos que outras pessoas durante uma longa existência?”

Assim começou a história da equipe McLaren, a segunda mais vitoriosa da Fórmula 1, atrás somente da Ferrari. Comprada na década de 1980 pelo ex-mecânico Ron Dennis e o investidor árabe Mansour Ojjeh, dono da Techniques D’Avant Guarde(TAG), a equipe conquistou 11 títulos da competição máxima do automobilismo, com mais de 150 vitórias em seiscentas corridas, impulsionada por nomes que incluem Emerson Fittipaldi e Ayrton Senna - outra lenda meteórica das pistas, campeão mundial três vezes e piloto com mais vitórias pela escuderia (35).



Senna: maior vitorioso numa escuderia onde só cresceu a lenda

Foi no mito construído em torno da McLaren, mais jovem que o da Ferrari, mas de grande força, que a Mercedes buscou a fonte para produzir carros de rua como o Mercedes-Benz SLR McLaren, seu esforço de fazer o melhor carro esportivo do mundo, no mínimo comparável aos bólidos da Casa de Maranello. Nas pistas, a McLaren trocou suas cores originais (branco e vermelho) pelo cinza prateado da Mercedes e, depois de certo período de ajustes, voltou ao mais alto nível da Fórmula 1. A Mercedes, por seu turno, ganhou um vasto laboratório de testes, a possibilidade de mergulhar novamente dentro do automobilismo de ponta e transformar essa experiência em carros melhores para as ruas.


Mercedes SLR McLaren: parceria para fazer
o melhor escportivo do mundo

A dissociação das duas marcas começou com a decisão da Mercedes de possuir uma escuderia própria, talvez incluenciada também pelo escândalo de espionagem que desmoralizou a escuderia, levada a uma surra esportiva e moral no ano de 2007. Acusada de copiar o carro da Ferrari, e mais, de receber informações do chefe de mecânicos da escuderia italiana, Nigel Stepney, a McLaren perdeu não apenas todos os pontos no campeonato de construtores como, na última prova, e por apenas um ponto, o campeonato de pilotos.

A mancha permaneceu sobre os envolvidos, a começar pelo pelo chefe da equipe, Ron Dennis, que na época disse não estar sabendo de nada (mentiroso ou ingênuo?), e o ex-campeão Fernando Alonso, que dedurou a própria equipe por motivo torpe (salvar-se de uma punição). Resvalou em Lewis Hamilton, então um jovem estreante, que cometeu todos os erros possíveis para morrer na praia de um campeonato que era virtualmente seu.


A McLaren em 2015: desastre nas pistas na
tentativa de reeditar a parceria com a Honda

Nigel Stepney, que procurava vingar-se da Ferrari, frustrado por não ter sido promovido, foi banido das pistas - o único indivíduo efetivamente punido. A Mclaren este ano amarga as últimas colocações, na tentativa de reconstrução, numa parceria com a Honda, que no passado já lhe deu glórias, mas por enquanto torna a participação da velha legenda tão embaraçosa nas pistas quanto seu
s escândalos recentes.


Porém, sabemos que os mitos não morrem e podem ressurgir. A fonte de inspiração continua lá, para provar que nem mesmo a morte, numa curva de Goodwood, pode ser o fim.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

A lojinha de prazeres proibidos do senhor Woo

Não há melhor maneira de fazer alguns achados do que andar a esmo pela rua. Nas minhas tardes vazias, circulando num dos longos intervalos do trabalho no abafado quartinho do hotel Cosmopolitan, quando morava em Nova York, acabei achando por acaso a loja de charutos do senhor Woo, cujo nome já posso declarar: The Wall Street Humidor.
Ora, todo mundo sabia, em pleno 2005, que charutos cubanos eram proibidos nos Estados Unidos, por causa do embargo econômico à pequena ilha comunista, que vigorava desde os anos 1960. Era famosa a história segundo a qual o presidente John Kennedy, em uma viagem de iate num fim de semana, teria distribuído charutos cubanos aos seus convidados, dizendo: “Aproveitem, porque amanhã decretarei o embargo a Cuba”. E todo mundo sabia também que, nos Estados Unidos, proibido significa, mesmo, proibido. Decidi, então, desafiar a teoria de que em Nova York tem realmente de tudo.
A loja do doutor Woo ficava na rua Warren, uma travessa despretensiosa da Broadway, não muito longe da prefeitura, do Ground Zero e, mais adiante, de Wall Street. Olhei para os charutos atrás do vidro. Pensei em como chegaria ao âmago da questão e resolvi interpelar o jovem vendedor atrás do balcão à queima roupa, com a maior naturalidade.
– Eu queria um charuto cubano.
O vendedor quase pulou para trás, de susto. Antes que ele dissesse qualquer coisa, aproximou-se o dono da loja. Era Woo, apertando seus olhinhos de chinês. Quis saber a razão da pergunta.
– Sou um jornalista e escritor brasileiro – eu disse, em inglês. - Conheço um pouco de charutos e queria saber onde e como se consegue charutos cubanos aqui na cidade.
Para minha surpresa, Woo falava português perfeitamente. Nunca tinha estado no Brasil, mas tivera uma namorada brasileira que lhe ensinara o beabá da última, inculta e mais bela flor do Lácio. Por isso achou-me simpático; disse que eu não podia lhe dar um susto daqueles, podia ser confundido com algum fiscal.
O salão era comprido. Mais ao fundo, naquele tempo havia um cercadinho demarcado por uma grade de ferro, com um portão baixo, defendido pela placa com a inscrição: “Member’s only”. Lá dentro, à vista de quem passava pela loja, havia uma mesa de doze lugares.
Numa das cadeiras, sentava-se um judeu de larga circunferência abdominal, usando um pequeno quipá na cabeça bovina, de onde se desprendia a barba encaracolada. Fumava um churchill enquanto trabalhava ao laptop, ligado a uma tomada no chão. Woo me levou para os fundos da loja, onde havia um mezanino e alguns armários invisíveis da entrada.
– Sabe, aqui vem muita gente – disse ele. – Aquele sujeito que está ali fumando, por exemplo, é dono de uma grande companhia de informática. Sua fortuna pessoal ultrapassa os 500 milhões de dólares. A sede da companhia fica aqui perto, tem mais de vinte andares, mas ele vem trabalhar aqui todas as tardes.
– Por quê? – perguntei.
– Porque lá, como em todos os escritórios, é proibido fumar.
Com uma chave retirada do próprio bolso, abriu um grande armário, cheio de caixas de cubanos legítimos.
– Você não pode escrever sobre nada disso aqui – ele disse. – É proibido nos Estados Unidos, é claro, mas as pessoas, é lógico, procuram o que há de melhor.
Naquele instante, entrou um sujeito de paletó e gravata. Woo pediu licença para atendê-lo.
– Só um momento, é um cliente importante.
Cumprimentou o recém-chegado, um americano meio calvo, num terno impecável; remexeu em seu armário e lhe entregou uma das suas caixas secretas. Depois que o homem pagou a compra e saiu, levando consigo seus ouvidos, Woo segredou:
– Aquele ali era o assessor do Rudolph Giuliani – disse, referindo-se ao respeitadíssimo ex-prefeito da cidade, homem que implantara a tolerância zero contra o crime e varrera os fumantes com sua cinza dos escritórios. – Não conte a ninguém, mas o Giuliani adora charutos. E a gente procura atendê-lo.
Apossei-me ali mesmo de uma carteira de torpedos Romeo e Julieta. Ao voltar ao salão, parei diante da placa que demarcava o território onde sentava-se o judeu proibido de trabalhar à vontade dentro de sua própria companhia. “Member’s Club”. Ele levantou os olhos na minha direção.
– O que preciso fazer para me tornar membro? – perguntei.
Ele sorriu, com os dedos cruzados sobre a barriga.
– Creio que apenas entrar.
Foi o que fiz.
Passei a frequentar a loja do senhor Woo. Levava meu laptop e escrevia na mesa do Member’s Club, um dos poucos lugares que, talvez por ser integrado por gente acostumada à discriminação, era o recanto mais democrático e igualitário dos Estados Unidos – o único no qual fui admitido sem qualquer cerimônia.
Em Nova York, onde se proibia tudo aquilo que se praticava e vice-versa, a loja do senhor Woo era uma espécie de oásis amigável, onde se podia cometer pequenos crimes impunemente – pelo menos por algum tempo.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Em setembro, o troféu Fair Play vai para: Gisele Bündchen

Como uma mulher reagiria ao saber que seu marido participou de uma festinha com a babá, dentro de um avião, na companhia de um notório bagunceiro? E se essa mulher fosse uma das mais belas do mundo e a história fosse parar em todas as colunas de fofocas?

Gisele Bündchen saiu-se com classe. Foi com o marido, o quarterback Tom Brady, ao cinema. De mãos dadas. Apenas para ser fotografada pelos paparazzi. No seu Instagram, postou uma foto de Brady brincando com a filha - e a legenda: "Meu coração se derrete".

Saída para o cinema: recado pelos paparazzi

Gisele fez exatamente o que sugere a foto no Instagram. Tratou de colocar na frente o mais importante - a família. E lidou com a molecagem do marido dessa forma: como uma molecagem.

Às vezes há relações que quebram e não podem ser consertadas. Porém, a forma de lidar com a crise mostra quem são as pessoas. Gisele mostrou que não é apenas uma das mulheres mais belas do mundo. É também uma grande mulher. Mostrou-se superior. Pode ter sido duro, mas soube perdoar. Com sua atitude, deixou no chinelo a babá, o parceiro de farra Ben Affleck, e sobretudo o marido. Uma boa lição. Brady tem a chance que não merecia.

A foto do Instagram: "My heart melts"
Por isso, Gisele recebe o nosso Troféu Fair Play de setembro. Troféu este dedicado não apenas às mulheres que dizem o que somente os homens entendem, como fazem aquilo que não se esperaria nem de um homem.

Em sua homenagem , aqui vai uma seleção de outros dos seus grandes momentos.










quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Como combinar ternos, camisas e gravatas

Essencial para o conforto e o equilíbrio do terno, a camisa é um elemento sempre mutante conforme a moda e or isso é um vasto campo para indagações e equívocos. A mais tradicional é a branca, um clássico, que deve ser coordenada de preferência com gravatas e paletós também clássicos. Clássicas são as gravatas lisas (sem estampas) ou de estilo regimental (com listras diagonais), que receberam este nome por sua identificação com os regimentos ingleses. Desenhos pequenos também vão bem. Muito elegantes e também clássicas são as gravatas de jacquard, seda cujos desenhos são formados pela própria estampa do tecido.
Camisa branca de algodão e gravata de jacquard: dois elementos
clássicos que transmitem sobriedade

Camisas com padronagens enriquecem a compodição da vestimenta. Camisas com listras tradicionais, mais estreitas, podem ser consideradas clássicas. Permitem mais ousadia na combinação com a gravata. Não é absurdo combinar gravatas com listras em diagonal e camisas com listras verticais. Depende da harmonia entre os desenhos e sobretudo das cores. Cuidado com a camisa xadrez, porque harmonizá-la com a gravata é sempre um desafio. No entanto, pode ser usadas com gravatas listradas ou estampadas, lisas ou com quadrados.

O "focale" romano, origem do foulard
As camisas de algodão são melhores para o clima tropical. Como o algodão é uma fibra natural, o tecido é mais fresco e, assim, mais indicadas para o verão; além disso, absorve melhor o suor, mantendo o corpo seco. As melhores camisas de algodão possuem fibras longas, que formam um tecido fino, brilhante e macio. Olhe a borda do tecido, por dentro da costura. As de fibra longa não deixam aqueles pequenos fios se desprendendo.

O algodão amarrota. Por isso, muito fabricantes misturam o algodão com poliéster, uma fibra sintética, o que deixa a camisa mais quente e menos adequada à transpiração. Por isso, as de algodão ainda são mais confortáveis. Camisas de seda são leves, porém bem mais caras e dão um ar de luxo que hoje parece exagerado.

Na roupa formal, a gravata é complemento obrigatório da camisa. Não se trata de um mero enfeite: para o homem, é um  marco civilizatório. Terno sem gravata, dizia o mestre Fernando de Barros, não é roupa casual: é apenas o terno sem a gravata. Criada no início do Século XIX, sua função é a de cobrir os botões, conferindo mais elegância ao conjunto do terno. Por isso, na roupa casual, em que não se usa gravata, a camisa preferencialmente deve ser a camiseta branca ou azul marinho, ou a camisa polo, que só tem botões perto do colarinho.

O foulard dos croates, em 1635 e nos uniformes croatas de hoje:
origem de uma peça de roupa e de todo um país
A função mais relevante da gravata, porém, é conferir personalidade. Como a roupa formal clássica masculina não varia muito, ela se transformou num distintivo onde prevalece a liberdade. Com a gravata que se pode dar um toque pessoal até mesmo a um clássico terno azul-marinho. Permite saber se a pessoa é mais séria ou bem-humorada; publicitários, por exemplo, se especializaram em transformá-la num espaço criativo, para demonstrar sua aproximação com a imaginação e a arte. Já profissionais de áreas em que se pede sobriedade e comportamento rígido usam gravatas lisas ou regimentais, transmitindo melhor uma aura de austeridade.

A história da gravata vem da antiguidade. Nas colunas de Trajano, erguidas para comemorar a vitória do imperador Trajano sobre os Dácios, mostra-se os soldados romanos com o foulard (palavra francesa originária dos "focales" romanos, em latim). São os lenços que os legionários amarravam ao pescoço com um pequeno nó, para proteger o pescoço do sol e enxugar o suor. O foulard também era adotado pelos exércitos chineses do imperador Qin Shi Huangdi, cerca de três séculos da era cristã, como se vê pelos célebres solados de terracota, descobertos por arqueólogos em 1974.

A gravata contemporânea também vem da guerra. Os soldados da Croácia, no confliyo de natureza religiosa contra franceses e suecos, em 1635, usavam o foulard como identificação da sua patente, a graduação dos militares. Essa diferença estava inclusive no tecido, mais rústico para soldados e de seda para os oficiais. O próprio termo, croates, que denominava esses soldados mercenários e depois seria a identidade de todo um país, deu origem à palavra "gravata".
Gravatas vivas dão um tom mais chamativo
mesmo a um terno clássico

A moda "croata" foi lançada na França na década de 1650, levada por aristocratas que adotavam roupas ao estilo militar. Assim como as perucas, as gravatas não tinham função prática, mas seu uso se disseminou. E chegou à Inglaterra pelo imperador Charles II, de onde seguiu para suas colônias, incluindo os Estados Unidos.

Mais tarde, a gravata se transformou em objeto cult. Honoré de Balzac, no inpicio do século XIX, com o pseudônimo de Barão Émile de L´Empesé, prefaciou e editou um tratado sobre gravatas. Eduardo VII, o Duque de Windsor, lançou um nó mais confortável, que acabou se tornando mais conhecido como "nó de Windsor". O foulard tornou-se conhecido como "Byron", em homenagem ao poeta, que era seu fã.

Há muito tempo se tenta abolir as gravatas, sem sucesso. Na década de 1960, assim como os sutiãs pelas feministas, elas chegaram a ser queimadas publicamente como símbolo da "burguesia". Porém, as gravatas resistem ao tempo. Já foram largas, já foram finais; já foram lançados modelos de crochê e outros materiais. A gravata clássica é de seda, especialmente as italianas. As mais célebres são do lago de Cômo, na Itália, de onde saem as melhores gravatas de jacquard do mundo.
Uma camisa colorida abafa um pouco as gravatas mais
chamativas, evitando o exagero, em nome do equilíbrio

Ao comprar uma gravata, procure dentro dela, com os dedos, o fio solto da costura e puxe: ela deve enrugar o tecido. Esse é o nó com que o artesão finaliza a gravata costurada manualmente. Quando a gravata não tem esse fio, é porque foi feita por uma máquina.

A medida padrão da gravata é de 12 centímetros na sua parte mais larga.  Porém, hoje se pode usar gravatas de várias larguras e padronagens, desde que se observe a combinação com a camisa.

Gravatas clássicas, como a regimental, podem ter desenhos
um pouco mais ousados, por exemplo com listras mais largas
e cores de combinações mais ousadas
Estampas com quadrados, bolinhas, desenhos, ou mesmo as cássicas ou regimentais devem ser combinadas com a camisa de forma inteligente, para não parecerem monótonas, por um lado, ou extravagantes demais, por outro - a menos que esse seja o efeito desejado.

Gravatas mais vivas dão ar mais ousado a alguém com um terno clássico. Com um blazer de cor mais forte, ficam ainda mais chamativas. Um camisa azul ou cinza abafam um pouco a cor da gravata.


Camisas brancas dão destaque a gravatas coloridas. Por isso, prefira usar gravatas mais claras, no tom e na estampa. Ou, então, use gravatas clássicas, lisas, como as de cor azul-marinho e as regimentais.

Use bem as padronagens. Gravatas lisas em camisas lisas, tom sobre tom, são símbolo de elegância clássica. Você pode usar gravatas listradas sobre uma camisa xadrez, desde que exista algum tipo de harmonia, por exemplo, nas cores. E esse tipo de combinação fica melhor se usado com paletós liso, um elemento mais clássico.

Há gravatas inspiradas nos desenhos clássicos, porém com um pouco mais de ousadia, como as feitas com riscas mais largas e combinações ousdas de cores: vermelho e roxo, cinza, verde e roxo. Isso é válido, assim como gravatas com desenhos pequenos. Porém, cuidado. Gravatas berrantes com terno marrom o bege, por exemplo, são uma cacofonia visual.

Pode-se combinar camisas clássicas com desenhos mais ousados
e padronagens diferentes de camisa e gravata com
o uso certo das cores e outros elementos clássicos
Gravatas mais rebuscadas pedem outros
elementos mais clássicos para o equilíbrio

O nó da gravata deve permitir que ela fique na posição correta, que é com as duas pontas sobre o furo do cinto - bem acima, nem abaixo. Usar a gravata com a ponta maior sobre o cinto, deixando por dentro uma ponta menor, é um desleixo inadmissível, ainda mais para quem tem um pouco de barriga e fica com as duas pontas balançando a bel prazer.

O nó depende da camisa que acompanha a gravata. Para colarinho largo, pede-se um nó mais cheio, que preencha o vértice. Para os demais colarinhos, pede-se um nó que produza um vilume médio. Caíram em desuso os nós finos, muito ultizados na década de 1960, quando se usava gravatas de tecido também muito fino.

Outro fator de influência no nó é o tecido da gravata. Gravatas de seda, mais leves, ieais para dias quentes, proporcionam nós menores. Gravatas de jacquard, uma trama mais grossa, para formar no próprio tecido o padrão da gravata, tendem a produzir nós mais grossos e são mais pesadas, inclusive visualmente. Podem ser usadas também  no verão, mas requerem um n´menos trabalhado, para não formar um volume exagerado.

A gravata de jacquard, que forma desenhos com o próprio padrão,
pede nós mais simples para não fazer muito volume

Quem tem barriga deve considerar o uso do prendedor. O ponto correto é cerca de 20 centimetros acima da ponta da gravata, firmando-a à camisa.

A gravata é também um estado de espírito. Você pode acordar de manhã mais alegre, ou pode pensar que terá uma reunião com gente spria; são decisões que se toma todos os dias. Como é algo que chama a atenção, pense na gravata como seu cartão de visitas, que se apresenta no primeiro contato - e, dizem, a primeira impressão é a que fica.





Uma volta com Juan Manuel Fangio

Quem achava perigosa a Fórmula 1 da era de Emerson Fittipaldi precisa ver este vídeo aqui. Uma volta por meio de uma câmera on board com Juan Manoel Fangio, considerado por muitos ainda o maior piloto de todos os tempos, mostra que os princípios da pilotagem já estavam lá - a curva fechada, o pneu quase tocando a zebra (que mais parecia um paralelepípedo), a força para segurar o carro abrindo na curva. Só que não havia nem santoantônio para proteger a cabeça do piloto e a impressão  é de que era milagre alguém sair com vida dessa profissão.

Não obstante, tudo isso era natural para os homens de antigamente. Como para o homem do futuro deverá ser andarmos hoje dentro de carros com airbags que explodem na cara dos passageiros numa batida. O fato é que ninguém pode deixar de viver o seu tempo -  e o medo, além de tirar o prazer da vida, acaba por torná-la ainda mais perigosa.



sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A beleza do equilíbrio: o terno de acordo com o corpo masculino

O equilíbrio entre rosto, pescoço, colarinho e gravata é fundamental

A noção de equilíbrio é um dos princípios básicos da sabedoria. Estar em harmonia com a vida, a natureza, as outras pessoas é um princípio milenar ds chineses, o povo que cultiva a arte de equilibrar pratos na ponta da vareta e outras maravilhas que os  candidatam a um posto mais elevado na espécie humana. Porém, não é preciso ser chinês para buscar o equilíbrio, um conceito importante também para o vestir.

É difícil saber o que é um homem feio; às vezes, a feíúra pode ser aquele toque de masculinidade que muitas mulheres gostam. Porém, qualquer homem pode aprender a conhecer a si mesmo e saber como fica melhor dentro da roupa, a partir de suas características físicas; compensar desequilíbrios e adquirir melhor postura.
O tamanho certo do paletó:
1. Ombros largos demais;
2. Ombros estreitos demais;
3. Corte equilibrado.

Para aquele que vão ao trabalho de terno, é importante buscar peças que estejam em harmonia com o corpo. Paletós com ombros largos demais dão a impressão de que a cabeça é pequena. Paletós muito estreitos no ombro fazem a cabeça parecer grande demais. Como diriam os chineses, o equilíbrio está no meio, para um conjunto harmônico.

Se você é baixo e magro, pode parecer mais alongado e forte por meio da roupa. Atenção para as seguintes recomendações do velho mestre da moda, Fernando de Barros, para obter esse efeito:

1. Os ombros do paletó podem ser um pouco elevados e levemente alargados.
2. O comprimento do paletó deve ser o menor possível, sem fugir à regra de cobrir a curva do bumbum.
3. Paletós de três e quatro botões deixam a silhueta mais longa.
4. Não use corte atrás do paletó. Ele deve ter cortes laterais, ou não ter cortes.
5. Mangas longas demais fazem o homem pequeno parecer ainda menor. Use mangas longas.
6. Padronagens com desenhos verticais, como listras e ternos risca de giz, favorecem a impressão de alongamento. Padronagens como xadrez devem ter ênfase nas linhas verticais.
7. Suspensórios estão meio em desuso, mas também alongam a silhueta.
8. Calça do mesmo padrão que o paletó alonga o perfil. Padrões diferentes dividem o terno ao meio.

Homens baixos e gordos podem obter com o paletó o efeito de estreitar e alongar a silhueta com as seguintes medidas:

1. Use paletós de dois botões, mais recomendáveis que de três botões ou abotoamento duplo.
2. Use cortes laterais nos paletós.
3. Prefira tecidos escuros.
4. Use calça na altura da contura. Não afivele a calça na barriga, que dá um caimento desleixado.
5. Use gravatas com listras, que dão ideia de movimento.
6. Use colarinhos mais compridos e pontudos.
7. Evite barra italiana, que deixa a calça mais atarracada.

Para homens altos, a lei do equilíbrio pede:

1. Evitar ternos de ombros largos.
2. Use ternos de dois botões, que compensam o perfil longilíneo. Recomenda-se também jaquetões de abotoamento duplo.
3. Prefira listras horizontais, ou xadrez com predominância das listras horizonatis.
4. Lapelas podem ser mais largas.
5. Colarinhos e punhos brancos em camisas coloridas quebram a percepção de comprimento. Prefira colarinhos mais abertos e menos pontudos.
6. Sapatos que excem um pouco a costura do couro dão impressão de estar mais plantado no chão.

Homens de rosto longilíneo e pescoço longo
devem usar colarinho mais aberto (italiano) ou sem ponta (acima)
e paletó não muito largo
Aos atléticos, pede-se um maior equilíbrio entre as linhas do ombro e da cintura, o que compensa o maior desenvolvimento do tórax. Recomenda-se:

1. O pano deve cair suavemente sobre os ombros, de form que pareçam naturais. Não deixe o paletó esticado entre um ombro e o outro.
2. O paletó deve ser largo e comprido obastante para ficar proporcional aos ombros. Porém, deve ser também curto o suficiente para não ficar desproporcional em relação ao comprimento das pernas.
3. Use paletó de dois botões ou jaquetão. Evite os três botões.
4. Prefira padronagens de tecido com linhas verticais, que aproximam visualmente o ombro da cintura.
5. As calças devem ficar altas na cintura, no máximo possível.

Quanto melhor o terno, com tecidos mais avançados e leves, menos ele pesa. Quanto melhor o tecido, melhor o terno. Porém, isso não é tudo. Para ficar alinhado, um terno precisa ter o corte correto. E isso faz com que o alfaiate ainda seja importante.

Tecidos leves são a microfibra e o algodão. Use também a lã fria, que permite manter a temperatura do corpo em qualquer situação. Como isolante, mantém o corpo fresco no calor; no frio, mantém o corpo aquecido. É o mesmo princípio que faz com que o tuaregue no deserto use trajes de lã, apenas com os olhos para fora. se há algo deselegante, é alguém suando em bicas dentro do paletó. equilíbrio, nesse caso, é estar sempre confortável dentro da roupa, e não em sofrimento.

O colarinho da camisa tem um papel importante e deve ser adequado também conforme o biotipo. Cada um terá um formato mais adequado para o seu rosto e pescoço. Homens de pescoço grosso e curto precisam usar colarinhos mais baixos e pontudos, para a.longar a silhiueta. Já homens de pescoço comprido devem prefereir colarinhos menos pontudos e mais abertos.

Colarinhos bem feitos não deixam espaço no vértice, onde se faz o nó da gravata. Não podem ser apertados demais, de modo a asfixiar, nem largos demais, deixando o pescoço flutuante. O ideal é que ele esteja junto ao pescoço, e tenha folga suficiente para que se passe um dedo entre a pele e o tecido. Nunca deixe de experimentar a camisa na loja.

O equilíbrio do conjunto camisa-gravata-terno é essencial. Com roupas mais claras e paletós esportivos, os colarinhos devem ser simples. Com ternos mais escuros e trajes a rigor, eles devem contribuir para dar destaque à roupa. Jamais use uma camisa com o colarinho ou os punhos puídos. E prefira os colarinhos com barbatanas, quando ele não tiver botões.


Homem de pescoço curto pede colarinho mais baixo

Pescoço comprido fica melhor com colarinho mais alto

Rosto fino pede colarinho menos pontudo e mais aberto.

Quem tem rosto arredondado deve usar colarinhos pontudos (à dir.)




quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Troféu Fair Play para: Carla Bruni

Com este post, o blog O Homem Casual inaugura o Troféu Fair Play, dedicado a mulheres admiráveis, que além da beleza são capazes de dizer coisas que só os homens são capazes de compreender.

Estamos abertos a indicações dos leitores.

Para inaugurar esta seção, elegemos Carla Bruni: ex- modelo italiana, criada no castelo da família, Castagneto Po, mulher do ex-primeiro ministro francês Nicolas Sarkozy, cantora, compositora e monumento natural da Itália.

Perguntada certa vez sobre como era ser primeira-dama da França, Bruni respondeu que era bom estar casada com um homem "com poder nuclear". Isso já faria dela nossa musa do primeiro troféu Fair Play, mas a homenagem vai pela declaração em entrevista ao nosso Roberto D´Ávila, que em seu programa lhe perguntou porque resolveu cantar. "Porque ninguém queria gravar as músicas que eu compunha", disse ela.

Nada melhor que uma bela mulher com capacidade de rir de si mesma. Até porque Bruni é uma grande cantora e compositora.

Aqui vai uma seleção de seus grandes momentos. E um video de Bruni cantando Quelqu'un M'a Di (Alguém me disse), destinada a se tornar um clássico da música francesa, com ela cantando ao violão (Obrigado, Youtube).