quarta-feira, 2 de março de 2016

As mulheres mais interessantes: nosso Oscar vai para...


Aqui vão as cinco estrelas indicadas para o prêmio de mulher mais interessante do cinema em 2015, o “Oscar” de O Homem Casual – láurea que a Academia americana esqueceu, mas aqui é prioridade

O tapete vermelho já recebeu os pés delicados de dezenas de atrizes que concorreram ao Oscar. Não obstante, O Homem Casual constituiu sua própria Academia para escolher cinco nomes de uma categoria que não existe na votação oficial, mas é do interesse direto do público masculino: o prêmio especial que aponta as estrelas mais magnéticas da sétima arte no ano corrente, segundo o nosso ponto de vista muito particular.

Pode ser que elas não estejam nos melhores filmes, nem tenham ganho outro prêmio, exceto o nosso. Porém, nossa indicação já sugere o que assistir se você quiser ver uma mulher capaz de deixá-lo com o queixo caído.

7
Daisy Ridley

Com um nome estranho, que mistura o clima dos bares do Village com algo medieval, Daisy Jazz Isobel Ridley conquistou corações imediatamente ao surgir como a estrela da nova série de Star Wars, que começou com O Despertar da Força. Como a garota abandonada no planeta hostil, que se vira catando lixo até descobrir que é a herdeira da estirpe jedi, é uma beleza deslumbrante justamente quando menos mostra, sob as roupas de deserto que sugerem burcas islâmicas e fazem ferver a imaginação.

Neta do dramaturgo britânico Arnold Ridler, Daisy promete ter vida longa no papel de Rey em filmes futuros, uma vez que a franquia está sendo reativada. Não é uma personagem exatamente criada para ser sensual – o que a torna mais genuinamente sexy. Faz mais a versão tomboy, como os americanos chamam as mulheres meio com jeito de homem, ou que brincam brincadeiras de menino. Luta como o Zorro e, ao contrário da maioria das heroínas do cinema, pouco tem de romântica. Em O Despertar da Força, o máximo que ela faz é um bom amigo: o medroso e simpático Finn, interpretado por John Boyega.

Ainda assim, é apaixonante. Afinal, quem não se sentiria atraído por uma mulher que está apenas começando a descobrir os seus verdadeiros poderes – e, secretamente, tem a Força?






Léa Seydoux

Ícone da beleza cult, essa francesa loura com os dentes levemente separados é daquelas mulheres cuja beleza você só entende depois de prestar mais atenção. Atriz enraizada no cinema europeu, foi protagonista de obras como A Vida de Adèle, que excepcionalmente deu a Palma de Ouro em Cannes de 2013 aos três – as duas atrizes e ao filme. 

Interpretou também a charmosa francesa, dona de um pequeno sebo, que captura o protagonista em Meia Noite em Paris. Já fez ousadas cenas de sexo no cinema, que se tornaram clássicas, como em Azul é a Cor Mais Quente, com Adèle Exarchopoulos.

Mais recentemente, Léa tem emprestado seus talentos a blockbusters hollywoodianos. Já foi par de Tom Cruise em Missão Impossível – Protocolo Fantasma e agora entrou para a galeria de Bond Girls num lugar privilegiado.

Nesta temporada, em James Bond contra SPECTRE, é a Bond Girl feita para ser o par perfeito do agente britânico, como aponta o próprio vilão, a certa altura do filme. Filha de um cientista ligado ao mundo do crime, tem a psique exata para entender e conquistar o coração de um assassino antes inconquistável. A cena em que demonstra a Bond como sabe perfeitamente carregar uma pistola, dentro de um trem, é memorável.

Bond afinal achou seu par perfeito. E nós, também.










Monica Bellucci

Não por acaso, a outra Bond Girl vem do cinema de arte. “Em SPECTRE, as duas mulheres com quem Bond se conecta têm um grande mistério, ambas têm profundidade e para isso você precisa de atrizes fantásticas”, afirmou o diretor, Sam Mendes.

Monica Bellucci já fez filmes intelectualizados, outros violentos, como o aterrador Irreversível, capaz de embrulhar o estômago do sujeito mais durão, em que mostrou todo o seu talento. O fato de ser uma grande atriz não vem em prejuízo da beleza. Uma das mulheres mais magnéticas da história do cinema, Bellucci é a própria arte em movimento. Já mais madura, desfila seu charme de balzaquiana como a viúva com quem Bond tem uma noite fortuita – para sorte dele e de toda plateia masculina.

É antológica a noite de Bond, tirando a roupa de luto da viúva que se entrega ao perigoso e irresistível estranho, com aquele ar de mulher bela que se casou ao mesmo tempo por medo e necessidade de segurança, jamais por amor. Faz pensar como é pena a passagem do tempo: um dia, Bellucci será uma daquelas matronas italianas, que guarda certa beleza do passado glorioso, opulenta e sarcástica. Por enquanto, é ainda uma linda mulher, que virou Bond Girl já no limite do possível, depois de já ter sido cantada em prosa e verso, desenhada, pintada e tratada como um verdadeiro vaso grego.








Letícia Sabatella

Em Chatô, o polêmico filme de Guilherme Fontes que levou mais de uma década para chegar aos cinemas, encontramos um bom motivo para ficar esperando. É de se lamentar que Assis Chateaubriand viva no filme seu encantamento pela socialite Vivi Sampaio, interpretada por Andréa Beltrão, atraído pela sofisticação da mulher. Enquanto isso, ignora a seu lado a verdadeira beldade: a doce e submissa Maria Eudóxia, interpretada por Letícia Sabatella, com seus olhos mareados, que canta no filme lindamente. Um erro de critério que só a baixa e deslumbrada extração de Chatô explica – ou o fato de que, na vida real, Maria Eudóxia estava longe da mulher que agora a encarnou: Letícia.

Como Maria Eudóxia, Letícia está no auge do que pode chegar uma mulher. É verdade que a atriz que vemos nas telas é a mulher de dez anos atrás, quando o filme foi rodado. Porém, não é essa a mulher que veremos sempre, a que ficará nos arquivos e nos corações, congelada no tempo, como Greta Garbo, antes de mandar seu famoso recado final ao mundo (“leave me alone”)?

Chatô estava errado, na vida e no filme. Às vezes, acredite, a mulher mais interessante, de verdade, não é amante. É a que está, oferecida, dentro de casa.




Alicia Vikander

De todas as indicadas ao prêmio de O Homem Casual, Alicia é a única que ganhou um Oscar de verdade – o de melhor atriz coadjuvante, por seu papel como Gerda em A Garota Dinamarquesa. Apesar de sua grande atuação como a apaixonada por um transgênero, para nós sua indicação vem por outro papel: a misteriosa Gaby, filha de um cientista alemão em Os Agentes da U.N.C.L.E., em que ela dança, fica de roupão de banho e convence fácil o público com seu personagem, que derrete até o gelado coração do espião russo Illya Kuryakin, um matador lacônico e inflexível.

Atriz e bailarina nascida em Gotemburgo, formada na Escola Real Sueca, Alicia começou sua carreira no cinema em Sombra da verdade, de 2007. Em 2012, ela esteve no elenco da adaptação para o cinema de Anna Karenina, o grande romance de Leon Tostói, como a cobiçada e instigante Kitty.

Este, porém, sem dúvida é seu ano. Além de Agentes da U.N.C.L.E. e A Garota Dinamarquesa, ela está também em Ex Machina, indicado ao Oscar de 2016 na categoria Melhor Roteiro Original. Como Ava, robô com inteligência artificial, ela empresta ao filme apenas o seu rosto. E, destacado pelo fato de que o resto é robótico, o semblante de Alicia é a coisa absolutamente mais fascinante do filme, graças aos lábios cheios e o nariz delicadamente quebrado. Ver para crer!







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